
Eu, que sou "o rei da gargalhada", o tipo que anda sempre feliz e contente da vida, que anda sempre a rir para tudo e para todos, sinto-me assim... tipo em queda livre no vazio! E isto não é normal, de todo!
Os últimos meses não têm sido fáceis... Ainda assim, tenho conseguido levar tudo de forma mais ou menos airosa. Mas chega a uma altura em que o tanque atesta... e transborda! Oh, se transborda... E logo eu que sou um mocinho dado a inundações, se é que me faço entender...
Especialmente na última semana tenho-me sentido muito diferente... Acho que nem sei explicar quanto e/ou como. A situação no trabalho nunca mais se resolve, a situação em casa idem... Uma depende da outra e vice-versa... Começa a ser tudo uma grande embrulhada e eu detesto embrulhadas ou rodeios. Gosto das coisas clarinhas, limpinhas como a água de um regato... Sou assim há trinta e seis anos, já nem é defeito... é feitio.
Como se a volta que a minha vida teve nos últimos meses não fosse já, por si só, suficiente, um último acontecimento, na semana passada, veio colocar em causa a minha maneira de ser... Há coisas que nos acontecem e que não temos como contornar ou evitar... E com as quais eu, em particular, não sei lidar nem resolver.
Nunca antes senti necessidade de me afirmar perante os meus amigos como sendo honesto e verdadeiro; não tenho necessidade de ser ou agir de forma contrária. Mas hoje sinto... E sinto-o por ter a certeza que estou a perder alguém por um "crime" que não cometi. E por nem sequer poder justificar o injustificável uma vez que a acusação é desconhecida. E como lamento essa possível perda... Desde sempre que não sei lidar com isso. Perder alguém, seja por que motivos for, é uma coisa que me é muito complicada de aceitar. As pessoas de quem me afastei naturalmente e por vontade própria não me guardam saudades, é um facto. Mas, para tal acontecer, houve motivos, houve razões que me levaram a tal tomada de posição. E porque o faço apenas com motivos, não consigo entender que alguém se afaste de mim sem me dizer o motivo por que o faz.
Os que lerem isto e pensarem "ai que ele está a entrar em depressão", esqueçam isso! Não tenho tempo para depressões! Nem paciência! É um mero desabafo, uma constatação de factos.
Sou apenas eu a abrir mais uma página do meu livro... para vocês que são meus amigos.
B&A