quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"O Maior Bem" - Florbela Espanca


Porque hoje apetece-me homenagear a poetisa alentejana que mais clamou por Amor, que mais o escreveu...


Este querer-te bem sem me quereres,
Este sofrer por ti constantemente,
Andar atrás de ti sem tu me veres
Faria piedade a toda a gente.

Mesmo a beijar-me a tua boca mente...
Quantos sangrentos beijos de mulheres
Pousa na minha a tua boca ardente,
E quanto engano nos seus vãos dizeres!...

Mas que me importa a mim que me não queiras,
Se esta pena, esta dor, estas canseiras,
Este mísero pungir, árduo e profundo,

Do teu frio desamor, dos teus desdéns,
É, na vida, o mais alto dos meus bens?
É tudo quanto eu tenho neste mundo?


Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"

sábado, 9 de outubro de 2010

Uma amizade como um relâmpago...

Há amizades que se iniciam de repente, do nada, como se fossem um relâmpago na atmosfera... E como um relâmpago iluminam as vidas das pessoas envolvidas, não por breves instantes mas sim por longos anos, espera-se. E é bom!! É muito bom que assim seja!
Completaram-se ontem, dia 8.10, seis meses inteirinhos desde que um desses relâmpagos irrompeu pela minha atmosfera. E é bom ter amigos assim, em quem vemos brilho nos olhos, em quem reconhecemos não só a gratidão por sermos apenas nós mesmos e estarmos ali como também reconhecemos a vontade de que também nós brilhemos junto deles.
E hoje, contrariamente ao planeado mas percorrendo um caminho que apenas o destino traçou e fez cumprir, fiquei tremendamente feliz ao ver a felicidade alheia!! É muito bom ver brilho onde antes havia opacidade, ver a luz da alegria onde antes havia a escuridão da tristeza, ver a energia do movimento onde antes havia apenas inércia...
Numa casa inundada pelo Amor divino, emocionei-me e chorei... Não tenho vergonha de o assumir, foram lágrimas de felicidade e alegria. Acho que nunca me tinha sentido tão bem numa igreja. Mas tudo levou a isso, especialmente o facto de eu estar ali, apenas ali sentado a observar, como único espectador de um tão bonito espectáculo.
Fiquei feliz por ti e fiquei feliz contigo!! É muito bom ter-te "de volta"!
Para ti, aquele grande abraço de sempre!
Para os restantes, beijos e abraços, como quiserem.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

República vs Monarquia



Sim, é feriado nacional, assinala-se hoje o primeiro centenário da Instauração da República em Portugal. Cem anos de República e eu venho aqui e coloco a bandeira monárquica para ilustrar este "post"... Não! Não estou louco... Sim, defendo ideais monárquicos!
Desde que me conheço como gente que me sinto atraído por tudo o que são histórias (sim, também não me agrada escrever "estórias"...) de reis e rainhas e que exploro com entusiasmo a História de Portugal. Creio mesmo que é uma herança genética.
Apesar de não ter a certeza que os actuais Duques de Bragança sejam os mais indicados para governarem o nosso país como seus monarcas, acredito piamente que seriam bem mais capazes de nos dar a identidade nacional que todos nós fomos perdendo no decorrer destes cem anos. Deixámos de ser portugueses para ser europeus, deixámos de ter orgulho no que é nosso... Nós, que temos tanta coisa boa e que tão apreciadas são pelos que vêm de outros países, parecemos só dar valor ao que é dos outros.
Já nem falo na despesa que temos, enquanto Estado, em manter um verdadeiro séquito de governantes e adjuntos e demais cargos políticos.
Os palácios da antiga nobreza estão ocupados pelos republicanos... Não é um contrasenso?! Por que razão a residência oficial do Presidente da República é no Palácio de Belém?! Ele, porventura, é da nobreza para morar num palácio? E não era esse tipo de luxo que os republicanos criticavam e, por isso, acabaram com a monarquia?!
Não são os países do Norte da Europa governados, e bem, por monarquias?! Veja-se como são países invejados pela sua organização e pela qualidade de vidaque têm. Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Bélgica ou Luxemburgo e Reino Unido parecem-me bons exemplos de como em pleno séc. XXI é possível viver num regime monárquico.
E acredito que, se perguntarem a cada um dos portugueses, poucos se importarão com a troca da "jovem" República pela "velha" Monarquia... Digo eu...
Pena que, tal como diz a minha amiga Patrícia S., toda a gente se lembre do centenário da República mas ninguém se lembre do aniversário do próprio país. Sim, o Tratado de Zamora foi assinado em 05.10.1143. Parabéns, Portugal!
Viva El-Rey!!
Viva a Monarquia!
Viva Portugal!