terça-feira, 5 de outubro de 2010

República vs Monarquia



Sim, é feriado nacional, assinala-se hoje o primeiro centenário da Instauração da República em Portugal. Cem anos de República e eu venho aqui e coloco a bandeira monárquica para ilustrar este "post"... Não! Não estou louco... Sim, defendo ideais monárquicos!
Desde que me conheço como gente que me sinto atraído por tudo o que são histórias (sim, também não me agrada escrever "estórias"...) de reis e rainhas e que exploro com entusiasmo a História de Portugal. Creio mesmo que é uma herança genética.
Apesar de não ter a certeza que os actuais Duques de Bragança sejam os mais indicados para governarem o nosso país como seus monarcas, acredito piamente que seriam bem mais capazes de nos dar a identidade nacional que todos nós fomos perdendo no decorrer destes cem anos. Deixámos de ser portugueses para ser europeus, deixámos de ter orgulho no que é nosso... Nós, que temos tanta coisa boa e que tão apreciadas são pelos que vêm de outros países, parecemos só dar valor ao que é dos outros.
Já nem falo na despesa que temos, enquanto Estado, em manter um verdadeiro séquito de governantes e adjuntos e demais cargos políticos.
Os palácios da antiga nobreza estão ocupados pelos republicanos... Não é um contrasenso?! Por que razão a residência oficial do Presidente da República é no Palácio de Belém?! Ele, porventura, é da nobreza para morar num palácio? E não era esse tipo de luxo que os republicanos criticavam e, por isso, acabaram com a monarquia?!
Não são os países do Norte da Europa governados, e bem, por monarquias?! Veja-se como são países invejados pela sua organização e pela qualidade de vidaque têm. Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Bélgica ou Luxemburgo e Reino Unido parecem-me bons exemplos de como em pleno séc. XXI é possível viver num regime monárquico.
E acredito que, se perguntarem a cada um dos portugueses, poucos se importarão com a troca da "jovem" República pela "velha" Monarquia... Digo eu...
Pena que, tal como diz a minha amiga Patrícia S., toda a gente se lembre do centenário da República mas ninguém se lembre do aniversário do próprio país. Sim, o Tratado de Zamora foi assinado em 05.10.1143. Parabéns, Portugal!
Viva El-Rey!!
Viva a Monarquia!
Viva Portugal!

7 comentários:

Joana de Moura disse...

Viva mesmo a Monarquia! Sou desses jovens que trocava esta república pela velhinha monarquia num piscar de olhos.
A melhor mesmo foi um rapaz me vir chatear no Avante (festa à qual ia apenas pela Feira do Livro e pelo pão com chouriço, lol) para me inscrever na juventude comunista e eu passada porque já era o 5º disse mesmo "Opá, eu sou monarca! Deixa-me a barguilha!". Ficou logo tratado. Pois que aqui estes dois gémeos têm razão numa coisa:
Viva El-Rey e a Monarquia!!

Vasco Ribeiro disse...

Vivemos tempos conturbados, fruto de olharmos para a megalomania do outro lado do oceano Atlântico em vez de olharmos para os ditos, países nórdicos. Tenho pena que todo o estado baseado no capitalismo veja o lucro como finalidade e não as pessoas, por isso é constantemente perdemos a identidade de ser Português. Somos todos uma amostra homogénea. As diferenças culturais já não demarcam de país para país. Somos todos Europeus como tu tão bem dizes. Portugal que tinha a sua identidade baseada na terra que cultivava, nos mares onde pescava e nas gentes humildes, tornou-se num vendedor de cotas de mercado e gentes de novo ”riquísmo “ e de mentes menores. Claro que existem as excepções, mas somos muito poucos. Perdemos valores como país. Um país que luta contra uma crise económica brutal e que nos faz apertar sempre o cinto. Penso, até, que sempre que me lembro de ser gente eu ando a apertar o cinto.

Vasco Ribeiro disse...

Temos sempre que dar tudo. Tudo esse, esbanjado em novos aeroportos, novos submarinos, novos TGVs, novos estádios em prol de um desenvolvimento que nada de bom traz às pessoas que nesta província Espanhola, como já considerado, aqui habitam. Nasci sob um estigma da Amália, do Eusébio e da Bandeira. O tempo vai passando e nós Portugueses, ficaremos só como uma bandeira. Bandeira essa, que não contará mais a nossa história, pois terá um fundo azul e um amontoado de estrelinhas amarelas equidistantes. Mas o problema de Portugal é eu problema estrutural que remonta aos tempos de 1415 quando fomos até Ceuta escavacar os Mouro. Dominámos a rota do Ouro, das especiarias, descobrimos o Brasil (e D.João II, nem lhe passava pela cabeças que um dia éramos nós a sermos repovoados), a Índia, dominámos o estreito de Ormuz, fizemos também cruzadas e até uma viagem de circum-navegação tivemos direito. Tudo isto, para termos riquezas fáceis. Era tanta a riqueza que não nos apercebíamos que se não houvesse investimento no país, ficaríamos atrasados estruturalmente. Depois entrámos na CEE ao mesmo tempo que a nossa querida Espanha, mas começámos a ver como seria possível ganhar dinheiro rápido. Ora toca a vender as cotas de agricultura, da pesca e sabe-se lá mais o quê. Os nossos produtos eram dos melhores do mundo e agora todas as maçãs têm que ser iguais, reluzentes e não irregulares e saborosas como eram as nossas maças. O que interessa é mostrar que temos a maior árvore de Natal do Mundo, o maior centro comercial da Europa. E nesse aspecto sinto-me envergonhado de ser Português. Éramos um país de cultura enraizada, do Camões, do Fernando Pessoa, do Camilo Castelo Branco, do Eça de Queiroz, do almeida Garrett, do Eusébio, do Benfica, da Amália, do Teatro de revista, etc. Agora só 6% da população lê livros, vai ao teatro. Caminhamos a passos largos para novas gerações cheias de destreza nos dedos e de cérebro calcinado, onde tudo o que entra pela televisão é dado como verdade absoluta. É este o desenvolvimento que 100 Anos de República nos trouxe. Temos que andar como os EUA ditam e nunca ninguém teve a coragem de parar esse desenvolvimento e olhar para as pessoas como fazem as ditas monarquias parlamentares o fazem. Sinto orgulho em saber que há estados laicos que olham para as pessoas como os Nórdicos o fazem. Às 16:00 está tudo em família nos lagos e rios a falar a brincar, a viver a vida com quem se gosta, com quem se ama. Não se pagam portagens, não há muitos estádios de futebol, pois não houve essa cultura, a saúde é literalmente para todos e sem custo, há fundos de pensões criados somente com o aumento de combustíveis na ordem dos 750 mil milhões de Euros. São países que não têm agricultura, pois o terreno não deixa. Têm frio, quase todo o Ano, no entanto 3 em cada 4 passam férias no estrangeiro. São países onde existe a protecção social que todas as pessoas no mundo gostavam de ter. São países onde a educação é rigorosa, mas é de graça e para todos. São países onde se pagam muitos impostos mas vê-se obra feita. São países sem TGV e em alguns deles, ainda o velhinho comboio a carvão é o meio de transporte utilizado. São países que se voltaram para as pessoas e não para o dinheiro.
Esta crítica muito pessoal que faço, não tem a ver directamente com a República, mas sim com a base da mesma.

Aquele abraço,
Espero que daqui a outros 100 anos os meus netos consigam ter um país melhor. Numa coisa fico contente, há realmente um enfraquecimento do modelo capitalista e isso... é bom.

P.s – A torneira continua a fechar-se e depois o que nos restará?

Nuno Duarte Revés disse...

Bem, gostei muito de ambos os comentários. =)

@ Joana: Miúda, tu és tramada!! O rapaz deve ter ficado a olhar para ti com uma cara de medo que só visto... porque imaginado nem tem graça! LOL Mas estás lá, fizeste muito bem. Deviam haver mais jovens como tu, que ainda conseguem ver que isto não está bem e que poderíamos voltar a tentar que ficasse melhor... Obrigado pelo teu comentário. Beijos

@ Ursinho: Bom, meu amigo... Que te posso eu dizer a não ser que concordo em absoluto?! Tocaste nos pontos fundamentais! Muito bom!! Para ti, duas palavras: ÉS GRANDE! Aquele abraço.

Paulo Peralta disse...

Sr. de Revés... como sabe... O 5 de Outubro pouco me diz... seja pela República seja por esse ignóbil tratado que nos separou de "casa"... Por isso... que se lixe a República... que se lixe a Monarquia... e especialmente que se lixe Portugal.
É um país pequenino não pelas suas dimensões mas pelo que representa e pelo povo que tem e daqui, acredita, não irá passar NUNCA.

Viva EL REY (Juan Carlos)
Viva um Presidente (se fôr útil e não amorfo)
Viva a Ibéria!!! (de coração)

Nuno Duarte Revés disse...

@ Peralta: Bom, como sabes, este cantinho é aberto a todos e aqui aceitam-se todas as opiniões, ainda que sejam contrárias à minha. Uma vez mais é o caso e nem esperava de ti uma opinião diferente da que apresentas no teu comentário. Respeito, registo e apenas reforço que, apesar de tudo, gosto de ser português e não espanhol, como seria se Zamora não tivesse acontecido. E, afinal de contas, hoje em dia, qualquer um de nós pode ser o que quiser ou morar onde quiser... Quando morares em Madrid ou Barcelona, desde que queiras, visitar-te-tei com todo o gosto. Até aproveito para comprar uns caramelos daqueles com pinhão... =)

Grande abraço.

Paulo Peralta disse...

Não quero ser espanhol... Simplesmente Ibérico... Há uma MUY grande diferença.

Não era necessária a advertência ao espaços er "aberto" lol deduzi isso do princípio... Um blog não é feito para aqueles que concordam connosco ad aeternum :)